Hoje
conversava com uma amiga que está passando por uma situação parecida com a que
eu passei uns anos atrás: a sensação de que estamos ocas, sem energia para
amar, para transar e, que nada de diferente vai acontecer com a nossa vida
amorosa.
Foi
inevitável o salto ao passado. E com o retorno, a sensação de fim, de inércia
de solidão foi imediata.
Vi-me
falando sobre como as coisas mudam quando a gente menos espera, comentei sobre
os ciclos da vida, que é um engano pensar que não temos mais aquela energia
gostosa e saudável que nos impulsiona para frente...
Está
tudo lá, guardado e chaveado nos baús que não podem em nenhuma hipótese serem
abertos, pois se assim acontecer, de lá sairá uma louca vontade de amar, de
beijar, de abraçar, de observar as mínimas coisas e achar maravilhoso cada
detalhe da natureza, de fazer amor (colocamos em nossa cabeça que como estamos
na menopausa, libido não faz mais parte do nosso corpo), de namorar, de tomar
banho junto.
E, se
tudo isso sair, o que vamos fazer?
Como
um vendaval ou um tornado, essas emoções/sensações certamente fariam um estrago
sem precedentes.
Difícil
também é olharmos para o lado nos darmos conta de que o homem que durante anos
esteve ao nosso lado, não conseguiu manter acesa em nós a chama do amor.
Quantas
vezes tentamos alertá-lo sobre a nossa tristeza, quantas vezes imploramos para
que não nos fizesse chorar, quantas vezes pedimos por socorro gritando para que
não nos decepcionasse tanto, pois isso seria fatal para o amor, quantas vezes
cuidamos, acolhemos, orientamos, seguramos na mão na esperança de que o vazio
fosse preenchido...
Mas se
chegamos a esse ponto é porque as tentativas falharam... E olha que foram
vários anos de tentativas, até que um belo dia, como que sem entender ou
perceber todo o processo, nos pegamos com o seguinte pensamento: agora vou
deixar rolar, seja o que Deus quiser.
E
Deus na sua infinita bondade, nos acolhe, fortalece e paralelamente começa a
mexer com os seus pauzinhos lá no céu, para nos desacomodar...
E
várias coisas começam a acontecer...
Chega
o momento que a gente percebe que é a hora do basta, pois temos a obrigação de
cuidar do nosso coração e, como uma guerreira, mesmo com as forças exauridas,
levanta a sua espada e decidi que a guerra está terminada.
Não
há vencedores ou perdedores, e sim um homem e uma mulher que não mais podendo
ficar juntos (independente de quem decidiu encerrar a peleia) precisam seguir
seus caminhos, sem culpas.
E
quando que um homem e uma mulher não podem mais ficar juntos?
Quando
não há mais aquela luz de admiração e paciência no olhar do outro, quando a
gente não consegue mais conviver com as diferenças, quando as nossas lágrimas
não fazem mais sentido para o outro, quando o respeito se perde nas mínimas
situações do cotidiano, quando o desejo se apaga, quando a gente sente que está
murchando como uma flor que foi esquecida e abandonada no deserto...
É
assim que morre o amor...