domingo, 29 de julho de 2012

Aventura...



Desde fevereiro não escrevo sobre as alegrias, dores, inseguranças e desafios de uma águia que habita um novo ninho, transita por outros caminhos e, às vezes, pensa em voar para não mais voltar.

O que prende essa águia a esse novo ninho?

O carinho, afeto, atenção que tem recebido ao longo dos oito meses de uma nova aventura. Digo aventura, pois hoje, entendo que a vida é uma aventura, feita de pequenos esquetes que vamos escrevendo e dramatizando ao longo dos dias, meses e anos da nossa vida.

Se conseguíssemos perceber que a vida é uma adorável aventura, mesmo com lágrimas, risos, choros, medos, sofrimentos e alegrias, talvez muitos de nós não traria no espírito cicatrizes tão profundas. Em muitos momentos, somos apenas expectadores imóveis, observando a cena que se desenrola e que, mais tarde, envolverá uma escolha, um caminho a ser tomado. Estes momentos, do teatro da nossa vida, certamente são escritos por seres que apostam no nosso crescimento, e esperam que as nossas escolhas nos levem a um aprendizado para nos tornar pessoas melhores.

O teatro da vida tem feito isso comigo: colocando na minha frente cenas em que mesmo como expectadora, sei que devo fazer algumas escolhas.

E assim tem sido... Tenho feito escolhas que além do bem senso e intuição, rezo para que sejam as mais acertadas para o meu crescimento.

Um dia desses encontrei uma conhecida no supermercado que me perguntou como estava a minha vida. Falei que estava num momento novo, pois estava morando com meu namorado. Ela, sem qualquer dúvida, me disse: “Tu és corajosa, hein! Eu estou a vários anos separada, e não tive coragem para voltar a morar com alguém.”

Senti-me estranha, com certa insegurança, quase com uma sensação de que eu fiz a escolha errada. Mas logo veio o final do desabafo da minha conhecida: “Talvez eu não tenha encontrado a pessoa certa...” Ou seja, ela não teve coragem para tentar. Eu não sei se estou com a pessoa certa... E aqui cabe a pergunta: Quem é a pessoa certa? Existe uma pessoa certa para cada um de nós? Ou vamos nos ajustando, aparando arestas, para fazer fluir a encantadora engrenagem chamada AMOR?

Realmente não há como deixar de perceber a vida como uma aventura...

Vamos tateando, buscando caminhos, refazendo trajetórias, reescrevendo e ajustando os capítulos da nossa vida. Até quando? Não importa, o tempo é relativo e o uso que fazemos dele é que torna a nossa trajetória um verdadeiro aprendizado para a nossa alma.

Fico me perguntando qual o momento em que devo concluir os escritos sobre o Renascer da Águia.

E algo me diz, que quando chegar o momento, eu vou saber.

quinta-feira, 29 de março de 2012

O fim


Hoje conversava com uma amiga que está passando por uma situação parecida com a que eu passei uns anos atrás: a sensação de que estamos ocas, sem energia para amar, para transar e, que nada de diferente vai acontecer com a nossa vida amorosa.

Foi inevitável o salto ao passado. E com o retorno, a sensação de fim, de inércia de solidão foi imediata.

Vi-me falando sobre como as coisas mudam quando a gente menos espera, comentei sobre os ciclos da vida, que é um engano pensar que não temos mais aquela energia gostosa e saudável que nos impulsiona para frente...

Está tudo lá, guardado e chaveado nos baús que não podem em nenhuma hipótese serem abertos, pois se assim acontecer, de lá sairá uma louca vontade de amar, de beijar, de abraçar, de observar as mínimas coisas e achar maravilhoso cada detalhe da natureza, de fazer amor (colocamos em nossa cabeça que como estamos na menopausa, libido não faz mais parte do nosso corpo), de namorar, de tomar banho junto.
E, se tudo isso sair, o que vamos fazer?

Como um vendaval ou um tornado, essas emoções/sensações certamente fariam um estrago sem precedentes.

Difícil também é olharmos para o lado nos darmos conta de que o homem que durante anos esteve ao nosso lado, não conseguiu manter acesa em nós a chama do amor.

Quantas vezes tentamos alertá-lo sobre a nossa tristeza, quantas vezes imploramos para que não nos fizesse chorar, quantas vezes pedimos por socorro gritando para que não nos decepcionasse tanto, pois isso seria fatal para o amor, quantas vezes cuidamos, acolhemos, orientamos, seguramos na mão na esperança de que o vazio fosse preenchido...

Mas se chegamos a esse ponto é porque as tentativas falharam... E olha que foram vários anos de tentativas, até que um belo dia, como que sem entender ou perceber todo o processo, nos pegamos com o seguinte pensamento: agora vou deixar rolar, seja o que Deus quiser.

E Deus na sua infinita bondade, nos acolhe, fortalece e paralelamente começa a mexer com os seus pauzinhos lá no céu, para nos desacomodar...

E várias coisas começam a acontecer...

Chega o momento que a gente percebe que é a hora do basta, pois temos a obrigação de cuidar do nosso coração e, como uma guerreira, mesmo com as forças exauridas, levanta a sua espada e decidi que a guerra está terminada.

Não há vencedores ou perdedores, e sim um homem e uma mulher que não mais podendo ficar juntos (independente de quem decidiu encerrar a peleia) precisam seguir seus caminhos, sem culpas.

E quando que um homem e uma mulher não podem mais ficar juntos?

Quando não há mais aquela luz de admiração e paciência no olhar do outro, quando a gente não consegue mais conviver com as diferenças, quando as nossas lágrimas não fazem mais sentido para o outro, quando o respeito se perde nas mínimas situações do cotidiano, quando o desejo se apaga, quando a gente sente que está murchando como uma flor que foi esquecida e abandonada no deserto...

É assim que morre o amor...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A certeza


Depois de um ano e meio tive que tomar a iniciativa para formalizar o fim do meu casamento. Fiquei adiando, na esperança de que meu ex-marido iniciasse o processo. Nesses momentos, eu percebo que ainda não quero ver alguns aspectos da realidade.

É claro que ele não tomaria a iniciativa de iniciar o processo formal... Não assumiria a autoria das escolhas que foi fazendo ao longo dos anos.

E quando mandei um email, por orientação da minha advogada, para marcar uma reunião e ele respondeu: “Tu continuas a mesma, sempre decidindo as coisas, assim como o dia do nosso noivado, o dia do casamento, quando iríamos ter filhos e quando nos separaríamos... “, pude perceber que ele ainda coloca nos meus ombros a responsabilidade por decisões que tomamos juntos.

Num primeiro momento não consegui identificar o que eu senti ao ler o que ele escreveu. Depois procurei ir elaborando. E hoje, depois de uma semana já tenho a certeza do que me despertou o que ele escreveu: certeza da decisão tomada.
Na verdade, eu apenas concretizei o que nós dois destruímos. A diferença é que eu consigo perceber a minha parte na autoria do assassinato do nosso amor. Ele não.

Escondido sob manto do orgulho, não consegue perceber que quando diz que fui eu quem decidiu os momentos mais importantes destes trinta e um anos, na visão dele, pode significar que talvez não fosse exatamente o que ele gostaria de fazer. Mas eu tenho a certeza de que, todas as escolhas que fiz quando estávamos juntos, pelo menos nos primeiros vinte anos, foi por amor. Aquelas que fiz depois disso, foram escolhas para tentar manter o que já estava arruinado.

Trabalhos teóricos realizados até altas horas da madrugada, transferências para lugares insuportáveis que eu procurei achar maravilhosos, solidão durante os cursos de aperfeiçoamento, lágrimas de tristeza por me sentir só e insegura durante as incontáveis noites de serviço, apoio nos momentos de insegurança, incentivo para que ele crescesse profissionalmente, com dois bebês pequenos entender que era preciso economizar, então eu cuidaria de tudo sozinha, desrespeitos e traições não assumidas...
O nosso amor foi sendo desconstruído, foi se desintegrando e morrendo. Procurei sinalizar que ele estava morrendo, mas não fui ouvida. Então só coube a mim, abrir a cova e enterrá-lo.

O amor, como todas as energias do universo,não termina, é transformado e transmutado. Em alguns casos em mágoa, raiva, ódio, em outros, em nostalgia, carinho e respeito, no nosso caso, tomara que não se transforme em indiferença, mas sim em aprendizado.

Que possamos, eu e ele, reconstruir a nossa trajetória, nos permitindo voltar a amar, com respeito e sinceridade às pessoas que cruzarem os nossos caminhos e, que jamais nos esqueçamos de que o amor é algo que precisa ser cuidado, que  não há lugar para egoísmo, deve ser permeado pelo respeito, precisa ter espaço para as individualidades, que cada um precisa ter um tempo para si para curtir as suas coisas, que fidelidade vai além dos corpos, não pode ser forçada, é construída de mãos dadas com o respeito, principalmente, aos sentimentos. 

A vida é feita de vários ciclos, uns se completam, outros iniciam, até que a trajetória nesta vida se complete e, como diz Chico Xavier: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.”




Despedida de Blue Eyes


Quando resolvi escrever sobre esse momento da minha vida, decidi ser sincera ou pelo menos procurar identificar a maioria das emoções que permeiam as minhas escolhas e ações. Sei que têm algumas que, possivelmente, vão passar batido, pois o nosso inconsciente, em alguns momentos, nos prega algumas peças.

Tem algo que anda rondando o meu pensamento e, para passar para a fase seguinte, preciso finalizar internamente a fase anterior. Não quero deixar pendências além daquelas que não posso resolver...

Ao longo dos meus escritos, passei de uma situação para outra, mas deixei em aberto a despedida de Blue Eyes, talvez porque ela não tenha acontecido.

Essa situação, teima em transitar pela mente e no meu coração em vários momentos, a ponto de me deixar confusa e, para piorar as coisas, parece que acabo frequentando  sem querer lugares que passei com ele.

E como escrever é uma maneira que utilizo para elaborar situações e sentimentos, precisei voltar ao que aconteceu entre nós.

Não sei se pelo respeito que tenho por Angel ou pelo medo dar dor da despedida, não aceitei sair com Blue Eyes quando ele me convidou, dizendo que iria embora dois dias depois.
Percebia que ele jogava migalhas que se traduziam em convites que vinham a cada quinze dias e eu, numa ansiedade imensa, ficava esperando os ditos convites.

Após um momento de decepção, do que acabou sendo o último encontro, saí com uma amiga e conheci Angel. E fiquei com ele. E ele tocou o meu coração. E eu não consegui esquecer Blue Eyes...

O banco na Redenção embaixo de uma árvore, em que ele sentava para admirar o parque, o restaurante em que comemos sushi, o edifício em que ele morava, o verdinho do MSN quando ele está online...

Ficou algo inacabado... Ou talvez algo que nunca tenha iniciado...

Não é saudade, mas talvez nostalgia. O som da sua voz ao telefone, pedindo para sair comigo, pois iria voltar para o Rio, ainda ecoa na minha mente. Eu disse não.

Optei por não olhar para trás, mas estou carregando a bagagem do que se foi. Frases não ditas, sentimentos não demonstrados, medo de se expor...

À medida que escrevo, vou entendendo que ele me faria andar em uma gangorra afetiva que me faria sofrer demais e, a águia já passou pela dor da transformação, não quer mais migalhas afetivas.

Basta agora, ir cortando os fios invisíveis de uma história breve, de sentimentos contidos e esperanças perdidas.

Blue Eyes, seja feliz! Quero te agradecer por me ensinar, mesmo sem querer, a diferença entre um homem de coragem e um homem que carrega em seu coração o medo de amar... 
“É preciso amar para não adoecer.” Freud

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A viagem

Quando pensei nesse título para o que pretendo escrever, lembrei-me de uma novela que tratava do tema da vida após a morte, cujo título era o mesmo.
A experiência que vivi durante dez dias tem a ver  com vida em vida. Vida durante a vida do corpo, mas não posso deixar de me referir à vida espiritual.
Em vários momentos vou falar sobre isso. É o que acredito como filosofia, embasada pela ciência e permeada pela religiosidade. A verdadeira vida é a vida do espírito.
Existem vários livros que podem esclarecer sobre esse assunto, desde os mais complexos até os mais básicos que ajudam o leitor a conhecer um pouco sobre reencarnação, vida no astral, energias cósmicas e acima de tudo, a energia do amor que atravessa milênios em diversas encarnações.
Prefiro falar da energia do amor, embora saibamos que o ódio também é responsável por vários desatinos que exigem vários séculos na tentativa de reparação, mas não como um castigo divino e sim como uma maneira de voltar a se harmonizar com as energias supremas.
Lancei-me então em uma viagem de mais de quinhentos quilômetros, aceitando o convite de Angel para conhecer a sua família. No meu íntimo, acreditava que a convivência diária e a experiência de conhecer, por exemplo, sua mãe que é um ano mais moça do que eu, não daria certo e, no retorno, seria mais fácil de buscar outros caminhos.
Eis que, para minha surpresa, a convivência foi muito tranquila, num misto de respeito de cada um de pelas diferenças, uma sintonia sexual surpreendente e uma família que me recebeu com respeito e tranquilidade.
Sou uma pessoa, ou pelo menos era até então, que tem grandes dificuldades em ficar parada. Quando era casada e íamos para a praia nas férias para ficar uns vinte dias, levava uma sacola com livros, além de um quebra cabeças, com no mínimo, cem peças. A possibilidade de não ter nada para fazer me apavorava. E aquela citação de que cada um tem seu tempo é verdadeira, pois eu ainda não me dava conta de que a minha convivência com meu ex-marido já era vazia, estéril, desprovida de desejo e amor.
A cidade de Angel é pequena. Os programas que realizamos foram desde idas ao hotel fazenda para andar a cavalo, pesque-pague, pesca no rio nos fundos da sua casa, caminhadas, muito chimarrão e momentos de proximidade que são indescritíveis.
Nessa viagem começamos a alinhavar a possibilidade de morarmos juntos.
Tenho grandes desafios para enfrentar. Procuro colocá-lo a par da realidade e do quanto a vida não é romântica e nos cobra posturas firmes, iniciativas e escolhas a serem feitas. Procuro dizer que sou uma pessoa com muitos defeitos, mas Angel no seu momento de apaixonamento não consegue vê-los, enxerga apenas as minhas “manias”. Perguntou-me sobre os seus, e confesso que também tive um pouco de dificuldade para sinaliza-los, a não ser o fato de que ele está muito ansioso para morarmos juntos.
Isso me assusta um pouco...
Em alguns momentos fala sobre o quanto é difícil ficarmos afastados e posso sentir quase uma tristeza na sua fala. Não o quero triste, pois já fui triste e ansiosa por amar demais e sei o que isso significa.
Lendo  um artigo, escrito por um psiquiatra, que falava sobre os analfabetos emocionais, ele  coloca que não somos responsáveis pela maneira como o outro elabora as suas emoções.
Realmente meu ex-marido não foi responsável pelos meus momentos de angústia, por estar longe dele, pelos momentos de tristeza quando estávamos afastados durante seus cursos, ele foi apenas  responsável pelas marcas que deixou por não me respeitar.
Desta forma, também não tenho o poder sobre esses sentimentos de Angel. Quero  respeitá-lo e estou aprendendo a amá-lo. E reaprender a amar é algo que parece fácil num primeiro momento, mas saibam que depois de um relacionamento em que ficaram marcas de dor e mágoa, voltar a amar é um aprendizado. Eu pensava que quando voltasse a amar eu me entregaria feliz e contente rumo ao mundo do amor... Não é bem assim...
Ontem quando estava me despedindo de Angel, ele novamente me surpreendeu dizendo que me percebe como um presente que ganhou de Deus, mas frágil como um fino cristal, que pode se quebrar se não for cuidado. Olhei para ele num misto de surpresa e admiração e pensei: finalmente eu não preciso mais me mostrar forte, decidida e dona de todas as respostas, posso me mostrar encantadoramente mulher!


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O que é um casamento?

Existem perguntas que devemos nos fazer para que tenhamos a certeza do que realmente pensamos e sentimos. Fugir das respostas não é algo que nos ajuda em longo prazo, embora em muitos momentos nos deixe num lugar de conforto em que não precisamos olhar e muito menos tomar decisões que envolvam mudanças de vida.
Por muitos anos, vivi numa loucura desatada, a qual chamava de amor, uma busca incessante para ser amada ou para ter a certeza de que era amada. Não me fazia perguntas, apenas buscava acalmar meu coração, sem querer olhar as respostas que me eram apresentadas. O que menos consegui ao longo dos 31 anos em que estive com meu ex-marido, foi acalmar meu coração.
Há exatos seis anos, num momento de breve separação (um mês), fui a uma taróloga, pessoa séria e ética, que me falou algo que até então eu não tinha ouvido, nem muito menos tinha parado para pensar. Ela colocou que o meu casamento já estava finalizado. Falei que não tinha me separado legalmente, ela então falou que estava se referindo ao casamento dos espíritos, das almas, do astral, aquela união que a gente já em algum momento ouviu falar, que está nas máximas bíblicas: “O que Deus uniu o homem não separa.”
Naquele momento, senti um frio na barriga, pois sou espiritualista e sei o que isso significa: etapa finalizada, mudança de ciclo. Mas sou um ser esperançoso (ou teimosa), e depois de um mês de afastamento, coloquei o que ouvi em alguma gaveta emocional e decidi que daria certo. Não deu.
Era como se não estivéssemos mais na mesma sintonia astral e energética. Alguma coisa havia se perdido. E pude comprovar que o casamento verdadeiro se dá de alguma forma por uma cerimônia invisível, de entrelaçamento de almas, que em nada tem a ver com os rituais materiais e que, da mesma forma se mantém ou se desfaz por várias razões, só cada par de almas pode identificar e sentir isso (quando tem coragem para olhar).
Durante a breve viagem que fiz com Angel, para conhecer sua família (preciso escrever sobre essa inesquecível experiência), houve um momento em que parece que algum tipo de cerimônia invisível aconteceu.
Estávamos sentados, à beira do rio, cercado por árvores, conversando sobre o futuro da nossa relação. Em dado momento, ficamos em silêncio, de mãos dadas e algum tipo de energia nos envolveu.
Senti como se estivéssemos sendo observados por várias pessoas, algumas delas expressando muita alegria, outras esperançosas, e alguns seres do astral traçando ao nosso redor um campo de energia, como que dizendo:
Agora inicia um novo ciclo na vida de vocês. Sejam responsáveis e não se esqueçam dos compromissos assumidos e dos desafios que vão enfrentar. Estaremos a postos para ajudá-los, orientá-los e protegê-los. Façam a parte de vocês! Sempre que tiverem dúvidas, se sentirem enfraquecidos ou desprotegidos reportem na memória a visão deste momento, e aqui estarão para serem energizados. Paz e Luz...”
Ficamos por vários minutos em silêncio... E só nos demos conta que o tempo havia passado, quando o sol começou a se pôr.
E ao entardecer, as duas águias voaram, não mais solitárias, agora lado a lado, olhando na mesma direção: da luz, da harmonia, do respeito, que se traduz em amor...

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Angel

“ Eu estava andando na estrada da vida e surgiu uma curva acentuada, em que eu não via o que tinha depois. Deus colocou você no meu caminho e disse que de agora em diante, nós temos que trilhar a estrada juntos.”
Vou chamá-lo de Angel. O homem que surgiu na minha vida e é dono da citação acima. Já falei um pouco sobre ele, mas a cada dia ele me surpreende com sentimentos que se transformam em palavras que fortalecem o meu espírito.
Tenho dúvidas se descrevo quem eu sou quando estou com ele ou se escrevo sobre como e quem é esse homem. Posso fazer as duas coisas...
Angel é um homem simples e complexo ao mesmo tempo. Forte e frágil. Otimista e lutador. Espiritualizado sem freqüentar nenhuma religião. Acredita em Deus e no poder do amor. É otimista, mas mantém os pés no chão.
Pouco estudo, mas não tão pouco que não permita que ele articule informações ou que não seja curioso para aprender mais. Tem uma simplicidade de um homem que cresceu no interior, arando terras, colhendo milho, pasto e ajudando a mãe a cuidar de alguns animais.
À medida que vou escrevendo sobre ele, penso em quem vai ler e que poderá pensar: a águia deve estar tão apaixonada que não está percebendo que esse águia macho que apareceu tem algumas penas fora do lugar, algumas unhas das suas garras que estão quebradas, voa de maneira insegura quando deveria alçar altos vôos...
Creio estar percebendo as nossas diferenças e o quanto algumas delas serão difíceis de administrar. Uma delas tem sido muito falada em terapia: a nossa diferença de idade. Angel tem a metade da minha idade. A outra é a nossa diferença cultural e profissional.
As duas tratam do que aparece, do que é palpável e até medido.
Sobre os sentimentos, harmonia, respeito, carinho, praticamente não há diferenças, a não ser pelo fato de que eu ainda tenho algumas resistências em me entregar. É algo que não controlo. Faz parte das cicatrizes que eu carrego e que, algumas delas, ainda não cicatrizaram totalmente.
Quem eu sou quando estou com ele?
Uma mulher tranqüila, calma. Não tenho pressa em pensar no que virá depois. Aquela ansiedade natural do meu ser se transforma em serenidade para ouvi-lo. Procuro em suas palavras aprender que a vida é muito mais do que a busca incessante por coisas que ilusoriamente vão nos completar. Quando nos sentimos vazios precisamos exageradamente dos complementos materiais. Preciso aprender muito sobre isso...
O principal mesmo é sentir que sou amada. Alguém que olha para você e não pelo que você representa. Angel não demonstra querer me mostrar para os outros, não tem características exibicionistas. Vê-me, me percebe, me respeita.
Um dia desses li num site de relacionamento que atraímos para nós as pessoas que precisamos estar num determinado momento. Acredito nisso. Talvez se eu não tivesse passado por toda a história de vida que passei, não poderia valorizar a presença de uma pessoa assim na minha vida.
Certo dia ele me disse quando eu não consegui escolher uma determinada coisa sem saber a opinião dele: “Você vai aprender a dizer o que você quer e o que gosta sem se preocupar com o que eu penso!”
Ele estava querendo dizer que eu devo ser livre... Mente e espírito... E eu também o quero livre. Neste momento, estamos unidos pelo amor e respeito.
Não temos amarras, não há cobranças, falsos compromissos de fidelidade, aparências...
Amor e respeito, até quando pudermos e até quando estiver escrito.
O para sempre é o hoje...