Desde fevereiro não escrevo
sobre as alegrias, dores, inseguranças e desafios de uma águia que habita um
novo ninho, transita por outros caminhos e, às vezes, pensa em voar para não
mais voltar.
O que prende essa águia a esse
novo ninho?
O carinho, afeto, atenção que
tem recebido ao longo dos oito meses de uma nova aventura. Digo aventura, pois
hoje, entendo que a vida é uma aventura, feita de pequenos esquetes que vamos
escrevendo e dramatizando ao longo dos dias, meses e anos da nossa vida.
Se conseguíssemos perceber que
a vida é uma adorável aventura, mesmo com lágrimas, risos, choros, medos,
sofrimentos e alegrias, talvez muitos de nós não traria no espírito cicatrizes
tão profundas. Em muitos momentos, somos apenas expectadores imóveis,
observando a cena que se desenrola e que, mais tarde, envolverá uma escolha, um
caminho a ser tomado. Estes momentos, do teatro da nossa vida, certamente são
escritos por seres que apostam no nosso crescimento, e esperam que as nossas
escolhas nos levem a um aprendizado para nos tornar pessoas melhores.
O teatro da vida tem feito isso
comigo: colocando na minha frente cenas em que mesmo como expectadora, sei que
devo fazer algumas escolhas.
E assim tem sido... Tenho feito
escolhas que além do bem senso e intuição, rezo para que sejam as mais
acertadas para o meu crescimento.
Um dia desses encontrei uma
conhecida no supermercado que me perguntou como estava a minha vida. Falei que
estava num momento novo, pois estava morando com meu namorado. Ela, sem
qualquer dúvida, me disse: “Tu és corajosa, hein! Eu estou a vários anos
separada, e não tive coragem para voltar a morar com alguém.”
Senti-me estranha, com certa
insegurança, quase com uma sensação de que eu fiz a escolha errada. Mas logo
veio o final do desabafo da minha conhecida: “Talvez eu não tenha encontrado a
pessoa certa...” Ou seja, ela não teve coragem para tentar. Eu não sei se estou
com a pessoa certa... E aqui cabe a pergunta: Quem é a pessoa certa? Existe uma
pessoa certa para cada um de nós? Ou vamos nos ajustando, aparando arestas,
para fazer fluir a encantadora engrenagem chamada AMOR?
Realmente não há como deixar de
perceber a vida como uma aventura...
Vamos tateando, buscando
caminhos, refazendo trajetórias, reescrevendo e ajustando os capítulos da nossa
vida. Até quando? Não importa, o tempo é relativo e o uso que fazemos dele é
que torna a nossa trajetória um verdadeiro aprendizado para a nossa alma.
Fico me perguntando qual o
momento em que devo concluir os escritos sobre o Renascer da Águia.
E algo me diz, que quando
chegar o momento, eu vou saber.