Fico
imaginando o que eu diria há uns dois anos atrás se soubesse que uma mulher
beirando os 50 anos estava namorando um rapaz de 20 e poucos anos... Certamente,
faria uma fala recheada de preconceitos e teorizações sobre todas as
possibilidades do relacionamento não dar certo.
Eis que a
vida para desacomodar, nos coloca diante de situações em que precisamos
reescrever todas as teorias que acreditávamos e passávamos como valores a
várias pessoas que cruzavam o nosso caminho.
Falo de
valores preconceituosos e que nunca paramos para questioná-los, mais ou menos
como cortar a linguiça para colocar na frigideira e não saber a razão,
simplesmente repetir o ensinamento dos avós, bisavós e assim por diante.
Com esse
exemplo, de forma alguma quero dizer, que os ensinamentos dos mais velhos devem
ser desprezados. Jamais! No entanto, devemos pensar repensar e reestruturar
algumas ideias e valores que foram construídos num contexto totalmente
diferente.
Os
relacionamentos podem ou não dar certo, independente do sexo dos parceiros, das
condições socioeconômicas, da cor, da altura, das deficiências físicas e de
tantas outras características inerentes ao ser humano.
E,
realmente, o que pode fazer dar certo, para a infelicidade e angústia da
maioria, não é o que está fora, mas o que cada um traz dentro de si. O que
aparece pode atrair num primeiro momento, mas o que faz com que as relações se
solidifiquem é o respeito, a confiança, a paciência, a capacidade de perdoar e,
não menos importante, o amor.
Quando eu
era adolescente e muito sonhadora, imaginava um príncipe. Alguém que me amaria
incondicionalmente seria belo e inteligente e que meus pais aprovassem, o que
aconteceu em parte: meus pais aprovaram, era belo, bem sucedido, mas não
conseguiu manter vivo o amor que eu sentia por ele...
Depois de
finalizar a minha história principesca de 30 anos, não pensava mais em
príncipes, mas em alguém
que compartilhasse o momento de maturidade e equilíbrio que eu busco.
Aprendi
que a paz interior é fruto de uma busca incessante, diária e com muita atenção
e vigilância, até porque não sou nenhum mestre budista e sei que o trabalho é árduo.
E aí,
Angel surgiu no meu caminho...
Não há
perfeição no nosso relacionamento. Há busca. Há sonhos, respeito e,
principalmente, aprendizado.
Minha filha um dia desses comentou: “O teu relacionamento não é normal, afinal teu
namorado tem a nossa idade...” Então, considerando essa questão, realmente é um
relacionamento anormal. E que seja...
É muito
interessante ver as diferentes manifestações das pessoas quando passamos.
Algumas debocham, outras fazem um olhar de reprovação, outras dão um sorriso de
aprovação e muitas gostariam de estar nos nossos lugares...
Esses
dias eu lia em um artigo escrito por um psicanalista, que algumas pessoas da
família ansiosamente quiseram me mostrar, sobre a diferença de idade nos
relacionamentos. Ele fez algumas reflexões interessantes, tanto na linha da
psicanálise, transitando pela inveja disfarçada nos preconceitos, dando exemplo
de casais fora dos padrões em relação às idades e, fez duas colocações que me fizeram pensar.
A
primeira diz respeito a uma pergunta de Confúcio (551-479 a.C):”Qual seria a
sua idade se você não soubesse quantos anos tem?” Quero dizer que me fiz essa
pergunta...
E a
segunda colocação trata de uma pergunta proposta pelo autor do artigo, o
psicanalista Paulo Sternick: “A propósito, quanto tempo ficam juntos os jovens
casais de hoje, mesmo?”
Para
pensar...
Belo artigo. Te pergunto: "o que é um relacionamento normal?"
ResponderExcluirVelho com corpo de jovem sarado e cabeça vazia? mentalidade de adolescente e irresponsável?
Ou jovem responsável com maturidade adulta o suficiente para assumir um compromisso com uma mulher madura, aceitando os desafios da vida a dois? O que une é a cumplicidade, respeito e amor.
Ambos estão aceitando um desafio de um relacionamento como qualquer casal que inicia uma NOVA VIDA.