segunda-feira, 28 de março de 2011

O inesperado

Para desafiar a minha rigidez, vou transitar entre o ontem e o agora, para tentar dar um significado à mulher que sou hoje.
Depois da minha separação, um dia me vi numa grande livraria, na prateleira dos livros de auto-ajuda com dois livros embaixo do braço: um deles é a continuação do livro da Elizabeth Gilbert:  Comprometida – Uma história de amor.
Aliás, aqui cabe uma parada. O filme Comer, rezar e amar surgiu na minha vida quando eu estava no olho do furacão. Na primeira vez que assisti ao filme, por razões que até hoje não estão muito claras para mim, toda a antiga família foi assistir, inclusive o ex. Chegamos atrasados, ficamos quase colados na tela... fora o clima estranho que pairava no ar.
Na segunda vez que fui assistir, fato que se deu na semana seguinte, foi sozinha. Aí ele calou nas profundezas do meu ser... e de outro milhão de mulheres ao redor do mundo que estavam vivenciando a mesma situação: uma separação em que a mulher foi a porta voz da decisão, embora ele já não quisesse mais.
Ai, a gente grava o clipezinho da música do filme, leva para o carro para ouvir durante o trajeto para o trabalho, ouve em cima da esteira... aquelas maluquices que todas nós fazemos.
Better Days, de Eddie Vedder é importante na minha vida. Até porque me imagino em um barco, apesar de não gostar de estar dentro de nada que flutue, pois eu sempre acho que vai afundar, com um homem maravilhoso, querendo muito me amar... Minha terapeuta diz que isso é saudável. Ainda bem...
O segundo livro foi um livro que quase se atirou em mim: Divorcio para elas. É um livro simples, sem maiores aprofundamentos, mas que mostra que todas nós passamos por fases parecidas antes, durante e depois da separação, guardando as particularidades dos detalhes.
No final do livro, tem uma passagem que fala mais ou menos assim: “... em geral, os primeiros contatos íntimos com o sexo oposto depois de um divórcio funcionam como uma espécie de “ponte”, uma transição que você precisa percorrer, tateando os passos de uma nova realidade. É quase como uma “segunda primeira vez”.
Pois é: assim se deu a primeira segunda vez...
De forma totalmente inesperada, com alguém que em nenhum momento estaria numa possível lista de possibilidades, em que eu não imaginava dizer sim para uma situação completamente imprevisível e, num momento em que a águia ainda não havia feito nenhum voo para testar as forças das suas novas asas.

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