terça-feira, 29 de março de 2011

A primeira, primeira vez

É inevitável fazer o link com o passado... A “primeira, primeira vez”.
Adolescência, muita expectativa, fantasia, amor e .... decepção...
Nada de novo, pois a decepção da primeira vez faz parte da história de muitas mulheres.
Lembro que antes do “acontecido”, tentei conversar com o então namorado (depois marido e hoje ex) e lembro que a conversa não teve sentido para ele.
Falava eu da minha insegurança, do quanto achava que seria uma pessoa diferente depois disso. Algumas angústias que faziam parte da minha fantasia de adolescente. Eu acreditava que depois de transar com o namorado, o destino estava selado: Transa=Casamento.
 E assim fiquei pensando durante os três anos e meio de namoro. Mas o pior, era quando havia algumas brigas... Eu entrava em pânico, pois como eu iria ter outro namorado? Ninguém iria querer namorar sério uma menina que não era mais virgem!
Lembro de uma amiga muito querida, que na época me dizia: “Menina, não está escrito na sua testa!”, mas não adiantava, eu me sentia com um enorme carimbo fosforescente na minha testa: NÃO VIRGEM
Eu precisava a todo custo fazer o namoro dar certo. A todo custo mesmo, nem que pra isso eu tivesse que sofrer, me anular e me entristecer. Mas eu o amei muito, ainda bem, pois senão seria realmente impossível ter seguido adiante. E as minhas angústias não tiveram para ele, o significado que tinham para mim.
 Não o culpo.
Acredito que os homens não são preparados, por nós mulheres, para entenderem as mulheres. E quando escrevo isso, faço uma meia culpa, pois sou mãe de um rapaz e não sei o quanto o preparei para entender a sensibilidade, a fragilidade e a grandeza de uma mulher.
Mas também me pergunto se eles precisam entender dos nossos segredos... Pois afinal de contas, os nossos segredos são as fortalezas que nos mantém fortes diante dos nossos desafios.
No entanto, a falta de amor próprio em tantos momentos da nossa vida, se transforma numa teimosa mania de querer amar o outro incondicionalmente.
E aí perdemos a sabedoria de lembrar que sem nos amarmos não poderemos dar amor.
No livro: Mulheres que correm com os lobos, há um trecho que diz mais ou menos assim: “Uma mulher saudável assemelha-se muito a um lobo; robusta, plena, com grande força vital, que dá a vida, que tem consciência do seu território, engenhosa, leal, que gosta de perambular. Entretanto, a separação da natureza selvagem faz com que a personalidade da mulher se torne mesquinha, parca, fantasmagórica, espectral. Não fomos feitas para ser franzinas, de cabelos frágeis, incapazes de saltar, de perseguir, de parir, de criar uma vida. Quando as vidas das mulheres estão em estase,
tédio, já está na hora de a mulher selvática aflorar. Chegou a hora de a função criadora da psique fertilizar a aridez.”
Que possamos fertilizar a nossa vida!

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