sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Despedida de Blue Eyes


Quando resolvi escrever sobre esse momento da minha vida, decidi ser sincera ou pelo menos procurar identificar a maioria das emoções que permeiam as minhas escolhas e ações. Sei que têm algumas que, possivelmente, vão passar batido, pois o nosso inconsciente, em alguns momentos, nos prega algumas peças.

Tem algo que anda rondando o meu pensamento e, para passar para a fase seguinte, preciso finalizar internamente a fase anterior. Não quero deixar pendências além daquelas que não posso resolver...

Ao longo dos meus escritos, passei de uma situação para outra, mas deixei em aberto a despedida de Blue Eyes, talvez porque ela não tenha acontecido.

Essa situação, teima em transitar pela mente e no meu coração em vários momentos, a ponto de me deixar confusa e, para piorar as coisas, parece que acabo frequentando  sem querer lugares que passei com ele.

E como escrever é uma maneira que utilizo para elaborar situações e sentimentos, precisei voltar ao que aconteceu entre nós.

Não sei se pelo respeito que tenho por Angel ou pelo medo dar dor da despedida, não aceitei sair com Blue Eyes quando ele me convidou, dizendo que iria embora dois dias depois.
Percebia que ele jogava migalhas que se traduziam em convites que vinham a cada quinze dias e eu, numa ansiedade imensa, ficava esperando os ditos convites.

Após um momento de decepção, do que acabou sendo o último encontro, saí com uma amiga e conheci Angel. E fiquei com ele. E ele tocou o meu coração. E eu não consegui esquecer Blue Eyes...

O banco na Redenção embaixo de uma árvore, em que ele sentava para admirar o parque, o restaurante em que comemos sushi, o edifício em que ele morava, o verdinho do MSN quando ele está online...

Ficou algo inacabado... Ou talvez algo que nunca tenha iniciado...

Não é saudade, mas talvez nostalgia. O som da sua voz ao telefone, pedindo para sair comigo, pois iria voltar para o Rio, ainda ecoa na minha mente. Eu disse não.

Optei por não olhar para trás, mas estou carregando a bagagem do que se foi. Frases não ditas, sentimentos não demonstrados, medo de se expor...

À medida que escrevo, vou entendendo que ele me faria andar em uma gangorra afetiva que me faria sofrer demais e, a águia já passou pela dor da transformação, não quer mais migalhas afetivas.

Basta agora, ir cortando os fios invisíveis de uma história breve, de sentimentos contidos e esperanças perdidas.

Blue Eyes, seja feliz! Quero te agradecer por me ensinar, mesmo sem querer, a diferença entre um homem de coragem e um homem que carrega em seu coração o medo de amar... 
“É preciso amar para não adoecer.” Freud

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