quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Caminhos


Há alguns meses estava em dúvida se ainda teria alguma coisa para escrever...

Eis que várias coisas aconteceram e na porta dos meus cinquenta anos, diria que vários aspectos da minha vida precisarão recomeçar.

Hoje encontrei perdidos em minhas pastas no computador, dois textos sobre a minha história com Angel e, incrivelmente, falando sobre dois momentos opostos, o começo e o fim da nossa história. Inseri-los agora no blog, ficariam perdidos na sequencia dos momentos que venho vivendo ( a nossa vida precisa ter uma sequencia lógica dos acontecimentos?) mas vou citar alguns trechos dos dois escritos.

Depois de quatro meses morando junto, ao chegar do trabalho ao final de uma semana puxada, escrevi o seguinte:

Hoje, ao chegar em casa, parei no meio da sala e, sem entender porque, quase não acreditei no rumo que a minha vida tomou. Depois de trinta anos, estar em uma nova casa, com outro homem, envolvida em uma nova história, é algo que eu jamais imaginei que poderia me acontecer.
Mas eu desejei ardentemente que isso acontecesse... E quis o destino que, como que para me testar, fosse um homem bem mais novo que eu, com pouco estudo para que eu valorize o respeito que tem por mim, a pureza dos seus sentimentos, a grandeza do seu espírito, a força de um homem que já passou por vários desafios em sua vida.
Tenho aprendido muito com ele.
A nossa história é feita de esperanças, respeito e muito aprendizado. Nossa trajetória de vida é infinitamente diferente e extremamente parecida quando olhamos para trás e percebemos que fomos dois corações solitários e machucados que estão tendo a chance de curar as feridas, construir novos sonhos e escrever uma nova história.”

O outro desabafo tem a ver com os momentos derradeiros:

A minha vida com Angel, habitando o mesmo teto, foi recheada de momentos doces, o seu cuidado comigo me encantou em todos os momentos em que estivemos juntos.
Mas algo não combinava com a minha teoria de “um dia depois do outro”. Eu inventei essa ideia para me proteger de uma história que eu sabia que estava com os dias contados, por várias razões.
Como não aceitar todo o cuidado e atenção que eu nunca tinha tido?
Como recusar ou terminar uma história em que o teu companheiro levanta contigo às 5h50, para tomar café junto, mesmo tendo chegado depois da meia noite do trabalho?
Como eu não iria aceitar ficar com alguém que me olhava como se eu fosse um ser perfeito?
Segundo a minha terapeuta eu estava mais uma vez projetando no outro a minha autoestima.
Autoestima... Coisinha chata que nos faz cair em várias armadilhas... Criadas por nós mesmos...
A verdade é que não me via envelhecendo ao lado de Angel, por isso criei a historinha de um passo de cada vez...
Mas ele depositou todas as suas expectativas de futuro na nossa relação. Fico em dúvida se o amor que ele tanto diz sentir por mim, não está impregnado de uma futuro material que ele imagina que poderíamos ter.”
  
Hoje, confesso que estou amedrontada, me sentindo incapaz de analisar as situações de forma racional.

Será se o erro está em pensar que devo analisar com a razão?

Será se não procurei formatar a minha escolha de forma racional e perdi os sinais que o coração me mandava? O fato é que estou mais machucada do que esperava ficar. Não brinquei com os sentimentos, mas fiz uma análise equivocada quando pensei que eu tinha o controle da situação.

Tenho saudades do que vivemos... E isso está doendo bastante.

Não sei que caminho seguir... Na verdade, neste momento, a minha escolha é não escolher.




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