domingo, 6 de janeiro de 2013

No olho do furacão



Janeiro... Um novo ano...  Um ano se passou...

A vida da gente pode mudar muito em um ano. Pode mudar totalmente. E isso continuou acontecendo com a minha vida.

Até uma parte de ano passado, eu ainda tinha algumas dúvidas sobre o ensaio de uma vida em comum com Angel. Lá pelas tantas, precisei sofrer uma cirurgia, pois as próteses mamárias estavam dando problema, depois de cinco anos. O convênio não cobria o custo. E como no início de um turbilhão, várias coisas começaram a acontecer.

Confirmada a necessidade da troca das próteses, o passo seguinte seria resolver como conseguiria uma quantia elevada para a cirurgia. Família. Sim, meu irmão iria me ajudar. Condições de empréstimo de irmão para irmã: juros de poupança e definiríamos como eu iria pagá-lo.

Eu teria que pagá-lo, é lógico. Isso significaria que o buraco no meu orçamento iria crescer ainda mais. Precisava urgentemente enxugar as contas. E como eu já não estava muito segura da minha nova vida a dois, resolvi enxugar os gastos com a minha parte do aluguel e as contas que eu e Angel dividíamos. Já havia percebido que estava difícil para ele, que ganha um salário bem menor que o meu, manter a sua parte das contas. Mas mesmo sendo difícil estava cumprindo rigorosamente o nosso compromisso financeiro.

Comuniquei  e ele não acreditou que eu iria cancelar o contrato do apartamento (o contrato estava no meu nome).

Fui para a cirurgia, num clima de inquietação, pois sabia que teria que resolver essa situação.

Durante a semana da minha recuperação foi literalmente um horror. Angel começou a se dar conta que nós não poderíamos mais morar juntos e, então, um lado que eu desconhecia veio à tona. Entre a insistência para que eu mantivesse o aluguel, insistentes pedidos para que eu alugasse um apartamento para ele e pedidos para que eu ajudasse a pegar um lugar para ele, fui começando a me entristecer e me assustar com a situação.

Só pensava em pegar as minhas coisas e voltar para o meu apartamento que meus filhos continuavam morando. E assim foi, que numa noite depois de mais insistência, na manhã seguinte, disse que não voltaria a morar com ele.

Angel se desesperou e continuou me decepcionando.

Paralelamente, depois de voltar ao trabalho, percebia que alguma coisa estava acontecendo e eu não estava conseguindo entender. Não conseguia me aproximar da minha chefe, o clima estava muito estranho. Continuei a fazer meu trabalho junto aos alunos, pais e professores. Mas não foi o suficiente.

No dia em que eu estava esperando para assinar as minhas férias, minha chefe me chamou e me demitiu...

É incrível! Quando eu acho que vou desmoronar eu arranjo forças sei lá de onde e consigo olhar nos olhos dela e não me desesperar, pelo menos não na frente dela. Foi um grande baque. Senti-me traída, pois ela sabia de todas as dificuldades que eu estava passando naquele momento. O motivo principal segundo ela foi; “Não tenho compatibilidade para trabalhar contigo.” Então tá... É isso... Tirou o meu emprego, o meu plano de saúde, o salário mensal... Hoje analisando com mais razão, não sei se o motivo foi esse. Não importa mais.

Enquanto isso Angel  continuava a pressionar.

Endividada, com o relacionamento terminado e sem emprego...

Mas nunca sem esperança! Procurei desesperadamente não me desequilibrar além de um nível aceitável. Chorei como nunca. Por tudo, solidão, medo, dúvida.

Enquanto que em janeiro de 2012 estava passeando, pelo interior com Angel , amando e sendo feliz, hoje estou muito esperançosa que logo vou arranjar outro emprego, recebi o carinho e reconhecimento de vários colegas, estou com os meus filhos queridos que me apoiaram diante desse desafio e, principalmente, sinto-me harmonizada.

Quanto ao coração?

Tudo tem o seu tempo para acontecer...

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