Janeiro... Um novo ano... Um ano se passou...
A vida da
gente pode mudar muito em um ano. Pode mudar totalmente. E isso continuou
acontecendo com a minha vida.
Até uma
parte de ano passado, eu ainda tinha algumas dúvidas sobre o ensaio de uma vida
em comum com Angel. Lá pelas tantas, precisei sofrer uma cirurgia, pois as
próteses mamárias estavam dando problema, depois de cinco anos. O convênio não
cobria o custo. E como no início de um turbilhão, várias coisas começaram a
acontecer.
Confirmada
a necessidade da troca das próteses, o passo seguinte seria resolver como
conseguiria uma quantia elevada para a cirurgia. Família. Sim, meu irmão iria
me ajudar. Condições de empréstimo de irmão para irmã: juros de poupança e
definiríamos como eu iria pagá-lo.
Eu teria
que pagá-lo, é lógico. Isso significaria que o buraco no meu orçamento iria crescer
ainda mais. Precisava urgentemente enxugar as contas. E como eu já não estava
muito segura da minha nova vida a dois, resolvi enxugar os gastos com a minha
parte do aluguel e as contas que eu e Angel dividíamos. Já havia percebido que
estava difícil para ele, que ganha um salário bem menor que o meu, manter a sua
parte das contas. Mas mesmo sendo difícil estava cumprindo rigorosamente o
nosso compromisso financeiro.
Comuniquei
e ele não acreditou que eu iria cancelar
o contrato do apartamento (o contrato estava no meu nome).
Fui para
a cirurgia, num clima de inquietação, pois sabia que teria que resolver essa
situação.
Durante a
semana da minha recuperação foi literalmente um horror. Angel começou a se dar
conta que nós não poderíamos mais morar juntos e, então, um lado que eu
desconhecia veio à tona. Entre a insistência para que eu mantivesse o aluguel,
insistentes pedidos para que eu alugasse um apartamento para ele e pedidos para
que eu ajudasse a pegar um lugar para ele, fui começando a me entristecer e me
assustar com a situação.
Só
pensava em pegar as minhas coisas e voltar para o meu apartamento que meus
filhos continuavam morando. E assim foi, que numa noite depois de mais
insistência, na manhã seguinte, disse que não voltaria a morar com ele.
Angel se
desesperou e continuou me decepcionando.
Paralelamente,
depois de voltar ao trabalho, percebia que alguma coisa estava acontecendo e eu
não estava conseguindo entender. Não conseguia me aproximar da minha chefe, o
clima estava muito estranho. Continuei a fazer meu trabalho junto aos alunos,
pais e professores. Mas não foi o suficiente.
No dia em
que eu estava esperando para assinar as minhas férias, minha chefe me chamou e
me demitiu...
É
incrível! Quando eu acho que vou desmoronar eu arranjo forças sei lá de onde e
consigo olhar nos olhos dela e não me desesperar, pelo menos não na frente
dela. Foi um grande baque. Senti-me traída, pois ela sabia de todas as
dificuldades que eu estava passando naquele momento. O motivo principal segundo
ela foi; “Não tenho compatibilidade para trabalhar contigo.” Então tá... É
isso... Tirou o meu emprego, o meu plano de saúde, o salário mensal... Hoje
analisando com mais razão, não sei se o motivo foi esse. Não importa mais.
Enquanto
isso Angel continuava a pressionar.
Endividada,
com o relacionamento terminado e sem emprego...
Mas nunca
sem esperança! Procurei desesperadamente não me desequilibrar além de um nível
aceitável. Chorei como nunca. Por tudo, solidão, medo, dúvida.
Enquanto
que em janeiro de 2012 estava passeando, pelo interior com Angel , amando e
sendo feliz, hoje estou muito esperançosa que logo vou arranjar outro emprego,
recebi o carinho e reconhecimento de vários colegas, estou com os meus filhos
queridos que me apoiaram diante desse desafio e, principalmente, sinto-me
harmonizada.
Quanto ao
coração?
Tudo tem
o seu tempo para acontecer...
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