sábado, 2 de abril de 2011

As conversas/recados

Em uma separação há algumas situações que são especialmente mais difíceis de resolver.
Uma deles é o jogo que o ex teima em fazer com os filhos. Não sei se é mais difícil quando os filhos são pequenos ou quando eles já estão adultos (ou pelo menos com mais de 20 anos já eram para estar).
Conversas /recados com os filhos sobre mágoas, injustiças, dinheiro ou saudade de mim são especialmente inconvenientes. E o pior é que sempre temos um dos filhos mais fragilizado, que se rende a esse jogo cruel.
Confesso que mesmo fazendo terapia, tenho algumas dificuldades em saber como agir. Não sei se escuto, pois percebo a angústia da minha filha ao se compadecer com o suposto sofrimento do pai, o que acaba por me contaminar e me faz muito mal, ou se simplesmente, estabeleço que não quero mais ouvir.
Independente da atitude mais adequada a tomar não tem como não pensar a respeito.
Acredito que ele deve ter saudades, coisa que comigo não acontece, pois na minha opinião, saudade a gente só sente do que foi bom e, nesse caso, há muito tempo as coisas não estavam dando certo...
Mentalmente já imaginei alguns recados para mandar, já que não nos falamos desde a sua saída de casa.  
Dentre alguns recados que eu mandaria seria para que ele lembrasse dos meus defeitos que tantas vezes foram atirados na minha cara. Tenho certeza, que num instantinho a saudade se desintegraria...
Mas o que na verdade eu diria é que  não voltaria a me recasar com ele, (fiz isso no mínimo uma sete vezes ao longo dos 27 anos em que estivemos juntos), não pelos seus defeitos, mas sim  pela pessoa que eu me torno quando estamos juntos, em que as qualidades ficam sufocadas num coração esmagado pela tristeza.
É isso...

Nenhum comentário:

Postar um comentário