domingo, 3 de abril de 2011

O primeiro baile

Sempre fui uma pessoa mais diurna. Minha energia criadora está plena pela manhã, minhas produções escritas são construídas com mais qualidade pela manhã, enfim estou com todo o pique na primeira parte do dia.
Logo, não sou de badalações, saídas noturnas e jantares que se estendem até altas horas. Não é por acaso que me identifico com a águia, além das razões que já coloquei, ela se recolhe cedo para seu ninho, para no alvorecer fazer os primeiros vôos do dia.
Isto significa um problema na minha atual situação. Separada, trabalhando mais de 12 horas por dia, a noite seria uma oportunidade de conhecer pessoas e sair com amigas. Mas não tenho o instinto da coruja...
Mas a gente acaba fazendo algumas adaptações...
Resolvi iniciar um curso de dança de salão, atividade que há muito tempo eu queria investir. Vencida a preocupação de estar ímpar, me matriculei. Entre algumas descobertas que estou fazendo, a principal é que sou completamente descoordenada.
Nos jantares dançantes do tempo de casada eu achava que era uma excelente dançarina, mas como a dança era “cada um fazendo o que pode”, eu achava que estava podendo muito.
Descobri que, em se tratando de dança estruturada, com passos organizados envolvendo algumas voltas e giros... sou um completo desastre.
Para completar, como só consigo fazer a aula na noite de sexta-feira, além de estar no final da semana, que geralmente é exaustiva, é à noite. Resumindo: na manhã de sábado já não me lembro dos passos trabalhados na noite anterior.
Mesmo com todos esses desafios, resolvi ir no 1º Baile da Escola, que marca o início das aulas do ano. Fui com a minha filha, pois o objetivo era dançar, exercitar o pouco do que eu achava que lembrava das aulas.
Depois de uma pequena produção no visual, saímos. Confesso que no caminho estava um pouco preocupada, mas ainda não identificando exatamente com o quê.
Quando chegamos, sentamos e começamos a olhar os casais dançando. Imediatamente percebi o que estava me angustiando. E não tinha a ver com o fato de a maioria estar de parzinho, mas sim com o pavor que me deu quando ficou claro que eu não tinha as mínimas condições de dançar com ninguém. Os pares rodopiavam no salão entre voltas, levanta de pernas, giros, passos sincronizados, algo dolorosamente belo.
Quando o meu professor me tirou para dançar, me deu um branco absurdo, pisei nos pés dele, a coisa foi horrível. A minha filha também dançou com o professor e voltou decepcionada: mãe não sabemos dançar “isso”.
Eu comecei a ficar tomada por uma sensação de pavor, pois haviam poucas pessoas no dito baile, e tudo o que a gente errava quando ia dançar, todo mundo via. Embora eu só tenha dançado duas vezes.
Resultado: depois de mais ou menos 50 minutos, saímos à francesa, sem olhar para trás.
Rimos bastante... Não vou desistir das aulas, mas não pretendo aparecer mais nos bailes mensais, pelo menos depois de conseguir passar para o nível 2, situação que eu acredito que vai demorar bastante para acontecer.

Um comentário:

  1. Os desafios são sempre bem-vindos e isto é importante.
    Como saber se estamos fracassando se não tentamos?
    O fracasso não é demérito e quando temos um foco temos que ir à diante se queremos atingir nossos objetivos.
    Siga em frente em busca do que procuras.
    Beijos.

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