sábado, 2 de abril de 2011

O casamento

Depois de três anos e meio de um namoro apaixonado e cheio de conflitos aconteceu o casamento.
Por ele ser militar a cerimônia foi especialmente bela, eu me senti uma princesa casando com um príncipe com seus súditos fardados fazendo o teto de aço.
Lembro da minha falecida sogra (falecida mesmo), chorando copiosamente numa cena digna de um enterro, tendo o padre a certa altura parado o casamento para perguntar se estava tudo bem... Ela estava de luto. Eu estava levando embora o seu querido e amado filho.
Talvez fosse por isso que ela sempre me olhou como se eu fosse uma megera ladra de filhos queridos da mamãe...
Casar com aquele príncipe era tudo o que eu queria, acordar junto, comer junto, olhar televisão antes de dormir, fazer amor sem ter que ir a um motel, e por aí vai... Eu queria cuidar dele. Só não me lembrei quem iria cuidar de mim... Mas isso aquela altura era um detalhe.
Naquela hora em que o padre fala das promessas de fidelidade, amor na doença e na saúde e todo aquele discurso, eu chorei... Foi uma sensação estranha, pois não consigo precisar se foi de alegria ou de medo...  acho que foi de medo.
Casados, indo fazer a vida no interior. E... Solidão...
Foi isso que eu comecei a sentir. Mas sou uma pessoa que não me dou por vencida. Algo tinha de errado: eu estava apaixonada, recém-casada e solitária? Como assim?
Mas era... Estava só...
Sempre fui de buscar soluções. Primeiro transferi o meu curso para a faculdade de lá, depois comprei um cocker spaniel que quase destruiu todas as coisas da minha nova casa... e, depois de um mês de casada, estava esperando a minha querida filha...
Foi uma decisão minha, ele não teve opção.
 Bem, isso faz parte de alguns dos nossos segredos de mulher, temos o poder de gerar uma nova vida, seja dentro ou fora de nós...
Estava me tornando uma águia-mãe... Que feliz!!!

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